OnLive: o fim dos videogames e placas de vídeo para jogos

Por Rodrigo Prada
Você ainda pensa que o mais importante para se rodar os grandes games é possuir um bom videogame ou um computador poderoso?
Pois a OnLive promete fazer com que qualquer computador, ou mesmo televisão, seja capaz de rodar games tão pesados quanto Crysis, Biochock e Grid.
Como? A resposta está na rede! O serviço que roda games nas nuvens promete ser a maior revolução que o mundo do entretenimento eletrônico presenciou em toda esta década.
Como Funciona?
Atualmente, qualquer jogo funciona da seguinte forma: você pressiona os botões e os comandos são enviados até a central de processamento dentro do videogame ou computador. Estes comandos são convertidos em ações e imagens que são transmitidas para a sua tela.
OnLive funciona de maneira parecida, mas a central de processamento fica na sede do serviço e os comandos e as imagens são transmitidos pela internet. Desta forma, tudo que o jogador precisa é basicamente de uma tela e uma boa conexão.

É como se você estivesse assistindo ao vídeo de alguém jogando, mas você envia os comandos. Ao contrário de outros serviços de jogos online, através do OnLive não é preciso baixar nem instalar jogo algum, aliás, nem é preciso contar com um drive de CD.

Em vez de comprar cada jogo, Você poderia alugar os games ou ainda contar com uma assinatura com acesso ilimitado.

Além de estar disponível em diversos sistemas operacionais (Windows e Mac, por exemplo) o usuário do serviço poderá adquirir um mini console para rodar os games diretamente em sua televisão. Como não é necessário nenhum processador ou placa de vídeo neste aparelho, ele deve caber na sua mão e ser mais barato que qualquer console da geração atual.
Se o próprio game roda pela rede, parece bastante óbvio que o suporte para jogos multiplayer estará à disposição de todos os jogadores. Além de fazer amigos em uma comunidade onde todos tem a mesma afinidade, qualquer usuário poderá assistir às jogadas de seus colegas enquanto faz comentários em tempo real. Na verdade, nada impede que centenas de pessoas assistam a um único jogador enquanto conversam.
Mas e os Games?
De nada adianta contar com um serviço potencialmente bom se a plataforma não conta com games de qualidade, certo? Pois bem, antes mesmo de ser lançado, o serviço já conta com dezenas de games como Burnout Paradise, Compani Heroes, Crysis Wars, F.E.A.R. 2, GRID e Biochock entre muitos outros.
Aí está uma prova mais do que concreta que o serviço exibe grande potencial.

Na verdade as empresas EA, THQ, Codemasters, Ubisoft, Atari, Warner Bros, Take-Two e a Epic Games entre outros já declararam o seu apoio ao projeto. Imagine que desta forma elas poderiam vender seus games para quem não possui os requisitos mínimos através de um serviço que inviabiliza a pirataria. Na verdade a ideia da OnLive já está até sendo até copiada por outras empresas, sinal de que a briga ainda vai esquentar.
E o Lag, como que fica?
Como dito, os requerimentos mínimos para rodar games fantásticos através deste serviço é praticamente um monitor e uma boa conexão. Aliás, boa é um apalavra modesta, o mínimo que o usuário precisa é de uma ótima conexão para os padrões nacionais.
Os desenvolvedores garantem que uma conexão de 1,5 Mbits/s (reais) dá conta de uma resolução de 480p e que 5 Mbits/s suportaria a resolução de 720p. Mas levando em conta a qualidade da conexão brasileira, que na prática não oferece o valor real, estima-se que o equivalente aqui seja de 4 Mbits/s para a resolução mais baixa.
Imagine agora que o “DataCenter” do serviço precisa contar com máquinas suficientemente boas para suportar todos os games que estão sendo rodados ao mesmo tempo. Uma dezena seria fácil, mas para suportar milhares de jogadores ao redor do mundo sem que nenhum sofra lags, seria necessária uma central de processamento verdadeiramente monstruosa. Será mesmo que isso é possível?
Liguem os Consoles
Ao contrário do que você pode estar pensando, o Onlive tem seu lançamento previsto para o final deste ano e inclusive já estava disponível para testes na última edição da GDC.Vários testes foram feitos no serviço e muito se especula ao seu funcionamento, mas como é que ele se comporta na prática?

Percebe-se claramente que existe uma compressão nas imagens para torná-las mais leves para o envio por streaming, mas nada que comprometa a experiência do jogador. Uma determinada textura em alta resolução é substituída por pequenos quadrados, o resultado é algo parecido com os filmes em alta definição do YouTube vistos em tela cheia.
Não é difícil de imaginar que o tempo de resposta entre o botão e a resposta na tela tende a aumentar com a distância entre a tela a central de processamento. Todos os testes apontam para um pequeno atraso na resposta dos comandos, imperceptível em jogos menos competitivos, mas que causa certa estranheza nos FPS. Os representantes do serviço garantem que seus servidores ainda estão sendo ajustados e que este tempo tende a diminuir.
Expectativas
Além de ter provocado o maior barulho que o entretenimento eletrônico já presenciou nesta década, a única certeza que se tem em relação ao OnLive é que ele ainda vai dar muito o que falar. Nenhum detalhe sobre a sua comercialização foi anunciado de modo que seu preço, as opções de pacotes e a disponibilidade completa dos títulos ainda é um mistério.
No Brasil as incertezas são ainda maiores, nada foi confirmado se o OnLive será disponibilizado no país. A distância até a central do serviço e a sua distribuição em larga escala faz com que muitos se recusem a acreditar que ele possa ser tão eficiente quanto um console tradicional, pelo menos em curto prazo.
Independente do resultado final, OnLive está revolucionando a indústria do entretenimento eletrônico e abrindo um novo leque de possibilidades. Esta é uma prova de que a cada dia se tornam menos necessários os componentes físicos, acredita-se ainda que um dia tudo virá através da rede. Afinal de contas, durante as primeiras gerações de consoles, quem seria capaz de prever os games em flash?

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