E em meio à enxurrada de fabricantes asiáticas que traçaram planos para atuar no país – como LG, ZTE e Foxconn – a curitibana Positivo Informática, principal montadora nacional de computadores, apresentou seu table: o Ypy.
A Positivo leva vantagem por sua ampla logística nacional e contato próximo com varejistas, mas pode faltar espaço nas prateleiras para tantos modelos diferentes das fabricantes.
”A concorrência vai ser forte neste segmento”, resume o analista Alex Pardellas, da corretora Banif. Vinte e cinco empresas manifestaram interesse em montar tablets no país, segundo o Ministério da Ciência e Tecnologia.
Essa disputa pelo consumidor – especialmente com o iPad, da Apple – vai ser acirrada, o que colocará pressão sobre as margens da Positivo. ”Se você olhar para o mercado global, a Apple é totalmente dominante. Não vejo motivo para imaginar que no Brasil será tão diferente, uma vez que a Apple (através de sua fornecedora Foxconn) estará apta a produzir no País, podendo oferecer preço competitivo”, destaca um analista que acompanha a Positivo e falou sob condição de anonimato.
“O tablet deve trazer um benefício de receita para a Positivo, mas a margem vai ter que ser baixa”, acrescenta o analista, lembrando que os computadores da empresa já possuem margem bastante reduzida.
A Positivo teve margem Ebitda (indicador expresso em porcentagem que mede a rentabilidade operacional de uma empresa em determinado período) ajustada de 2,8% no segundo trimestre, depois da margem negativa de janeiro a março – mas ainda assim bem inferior aos 9,1% de igual período de 2010.
No longo prazo, contudo, a oferta de um produto de baixo preço pode implicar em ganho de parcela de mercado no segmento de tablets, garantindo à Positivo uma presença sólida em um negócio promissor.