Não contrato fumante

por Ana Lúcia Moura Fé
Dois candidatos com a mesma experiência e formação. Um é fumante, o outro tem antecedentes criminais.
Qual deles tem mais chances de conseguir o emprego?
O fumante, certo? Não, necessariamente.
Para muitos empregadores, o hábito de fumar é pior do que ter sido fichado na polícia.
Foi o que revelou um estudo feito pelo Sebrae com 505 pequenas empresas há cerca de um ano e meio.
A maior restrição na hora da admissão, com cerca de 41%, foi o alcoolismo. Logo atrás vieram os fumantes (18,2%), seguidos de pessoas com antecedentes criminais (14,7%).
“Ninguém fala explicitamente sobre isso. Mas é visível o cerco ao fumo nas empresas”, diz Luiz Alberto Panelli, headhunter da Panelli Motta, Cabrera e Associados. O assunto é delicado. As empresas não querem ver suas imagens arranhadas por acusações de discriminação, nem se envolver em questões trabalhistas, embora haja legislação no país que proíba o uso de cigarro em recintos coletivos — a menos que haja um local reservado para isso, o fumódromo.
Companhias como a Positivo e a Nokia proíbem o cigarro em suas fábricas. Mas afirmam que não impõem nenhuma barreira à contratação de fumantes.“Se indagadas, quase todas as empresas dirão que não fazem restrição nenhuma a fumantes”, diz Rodolfo Ohl, diretor do site de empregos Monster Brasil.
Mas quando participam de pesquisas, protegidos pelo sigilo, muitos empresários deixam clara a aversão ao cigarro. Nada menos que 81% dos presidentes e diretores têm restrições à contratação de fumantes, segundo pesquisa da empresa de recrutamento Catho.

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