Jornal do Brasil chega ao fim

O “Jornal do Brasil” publicou um comunicado aos leitores anunciando o fim de sua edição impressa, a partir do dia 1º de setembro.

Seu conteúdo, a partir de então, ficará disponível apenas na internet, com preço de assinatura de R$ 9,90 por mês.

O fim do “JB” impresso abalou o comando da empresa.

O presidente do jornal, Pedro Grossi Jr., discordou da decisão e não apareceu na Redação ontem, apesar de o empresário Nelson Tanure, arrendatário da marca JB, negar que o tenha demitido.

O “Jornal do Brasil” vem de longa crise financeira, agravada por passivos fiscais e trabalhistas herdados dos antigos gestores, mas o comunicado de Tanure tenta desvincular a modificação da situação de crise. O texto diz que o jornal fez uma consulta eletrônica aos leitores no último mês e que eles apoiaram a mudança.

“O “JB” vai sair do papel. E entrar para a modernidade. Os leitores economizarão R$ 40 por mês ao trocarem a assinatura mensal do jornal impresso, de R$ 49,90, pela assinatura do portal.

CIRCULAÇÃO EM QUEDA

Criado em 1891, o carioca Jornal do Brasil sofria com dívidas fiscais e trabalhistas; empresário acumula fracassosA migração vai provocar corte de pessoal. O “JB” tem 180 funcionários, 60 dos quais na Redação. A família Nascimento Britto, dona da marca e antiga proprietária do “JB”, disse não ter informação sobre o projeto de Tanure.

O jornal tinha uma circulação diária de 76 mil exemplares quando passou para Tanure. Em 2003, iniciou um caminho de recuperação, chegando a 100 mil exemplares em 2007, para novamente entrar em rota de queda.

Em março deste ano, quando a circulação estava em 20.941 exemplares, Tanure contratou Pedro Grossi Jr. para administrar o jornal.

Já circulava a informação de que Tanure iria acabar com o jornal impresso. No último dia 28, Nelson Tanure confirmou a intenção a Pedro Grossi, que começou a articular um meio de manter o jornal impresso.

Estudou-se transferir o contrato para outra empresa, blindada contra as ações trabalhistas e fiscais remanescentes. O negócio foi desaconselhado porque a Justiça tem considerado que os novos donos são sucessores na dívida.

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