Acordo brasileiro para diminuir os spams

O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) apresentou nesta quarta-feira (23) medidas para reduzir o envio de spams por computadores infectados no país.

As medidas fazem parte de um acordo de cooperação chamado “Gerência da Porta 25”, que prevê um conjunto de políticas e tecnologias para reduzir o envio de e-mails indesejados de redes domésticas.

O acordo foi assinado pela Anatel, CGI.br, Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil) e Associações de Provedores de Acesso e Serviços de Internet.

O prazo é que as prestadoras de internet se adaptem à proposta em até 12 meses.

Ententa as medidas da
‘Gerência da porta 25’

O que é a ‘gerência de porta 25?
È o conjunto de ações aplicadas em redes residenciais para separar a submissão de e-mails por um usuário, do transporte de mensagens entre servidores de e-mail.
Como é feita a separação de funcionalidades?
A submissão de e-mails, feita com programas como Outlook ou Thunderbird, por exemplo, passa s ser por uma porta exclusiva para este fim e com autenticação.
Como a medida impede o envio de spam?
Quando o usuário adota a porta 587, a operadora poderá filtrar o tráfego destinado à porta 25. Assim, e-mails legítimos, que usam uma porta diferente, não serão afetados, mas os spams enviados automaticamente por máquinas infectadas direto para servidores não saem da rede.
Um spammer consegue enviar e-mails pela porta 587?
Sim, mas o envio tem que ser autenticado, o que permite rastreá-lo e aplicar medidas preventivas.
Quais as vantagens de mudar a porta de saída de e-mails para a 587?
Impedir que o spam saia da rede onde a máquina está infectada, evitando desperdício de banda e que o usuário que é vítima pague a conta do envio de mensagens. Os servidores de e-mail também ficam menos sobrecarregados, aumentando qualidade do serviço.
Os provedores já estão adotando a medida?
Segundo o CGI.br, alguns provedores já estão migrando seus usuários para a nova porta e outros planejam iniciar a medida em breve. A adoção será gradual e há um prazo de 12 meses.

Após este período, pode haver bloqueio da porta 25, impedindo o envio de e-mails, obrigando usuário e empresa e trocar de porta de saída de mensagens.

Segundo o CGI.br, o Brasil tem um número alto de máquinas infectadas por códigos maliciosos que enviam mensagens não solicitadas.

A proposta do órgão é ter um conjunto de políticas e padrões técnicos para ser usado em redes de usuários finais para combater o excesso de spams e a propagação de códigos maliciosos.

Os computadores brasileiros infectados são o meio de disseminação de spams.

De todo o volume capturado pelo projeto Spampots, 97% foi originado em outros países e 94% tinha como destino o exterior e não o Brasil.

O Brasil é o quarto país com o maior número de infecções, perdendo apenas para Índia, Vietnã e Paquistão.

Os spammers internacionais usam as máquinas brasileiras conectadas à banda larga para enviar spam.

‘Porta 25’ fechada

A proposta para resolver o problema é fechar a porta 25 dos e-mails, usando uma outra porta, a 587 ou 465, permitindo que os spams sejam bloqueados pelos provedores.

A porta 25, usada para enviar spam por programas maliciosos, no entanto, deve ser bloqueada pelos servidores para a medida ser eficaz.

Mesmo com o usuário utilizando a porta 587, por exemplo, mas com a 25 aberta, o spam continuará sendo enviado.

O spammer até pode enviar mensagens maliciosas pela porta 587 mas, por meio dela, ele consegue ser rastreado pelo provedor.

O usuário precisa mudar a configuração do e-mail, alterando a porta de saída da 25 para a 587 ou 465, algo que, segundo o CGI.br, será proposto ao usuário pelos provedores. Quem utiliza webmail não precisa fazer qualquer alteração.

O filtro criado faz com que a porta 25 apenas se comunique com o servidor, não mais enviando mensagens.

Além de ajudar o usuário, a redução de spams com origem em máquinas brasileiras faz o país ser um dos primeiros em listas de bloqueio de IPs e dificulta o uso da banda da internet para usos lícitos.

O consumo de banda, com cada spam consumindo duas vezes a banda internacional, para entrada no Brasil e volta para o exterior, será evitado, melhorando a velocidade de conexão dos usuários.

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