Mas, no lugar da satisfação que isso deveria causar, alguns sentem uma tremenda dor de cabeça e náuseas insuportáveis.
Já aconteceu com você? Não se preocupe, várias pessoas já passaram pelo mesmo problema.
O elevado número de pessoas reclamando de incômodos deste tipo tem feito alguns pesquisadores começarem a investigar os efeitos dos filmes 3D na visão.
Mas por que, afinal, há o incômodo relacionado às imagens em 3D? Ao olhar uma imagem em três dimensões na tela do cinema, o que você vê, na verdade, são duas imagens um pouco deslocadas horizontalmente uma da outra – o filtro nas lentes dos óculos faz com que cada olho capte uma delas. O cérebro une essas duas imagens em uma só, gerando a noção de profundidade.
O mecanismo é o mesmo no dia a dia: os olhos se movimentam dentro da cavidade ocular. Eles vão um pouco para dentro ou para fora e as retinas se adaptam para que a mesma imagem esteja no centro. A isso chamamos de convergência – é esse o processo que nos dá a noção de profundidade.
A diferença entre a tela do cinema e a vida real, é que, quando observam objetos reais, seus olhos também se acomodam a uma diferença de foco, já que as imagens estão de fato a distâncias diferentes. No 3D essa distância é falsa – os objetos estão todos no mesmo plano, na tela. Por isso, pesquisadores acreditam que algumas pessoas podem ter problemas de ajustamento entre a acomodação e a convergência dos olhos.
“Os espectadores têm de focar a uma distância (aquela entre a tela e os olhos), mas convergir a outra (aquela em que os objetos 3D parecem estar). Isso deve ser a causa do desconforto. No 3D, a ligação natural entre convergência e acomodação está quebrada”, disse à Technology Review o professor optometria da Universidade da Califórnia, Martin Banks. Ele e sua equipe trabalham no desenvolvimento de um equipamento capaz de resolver esse problema. Esperam restaurar a defasagem com uma lente diante dos olhos que focaria os objetos da tela antes deles chegarem à retina.
Sobre a possibilidade de danos permanentes, o oftamologista e professor da Unifesp Augusto Paranhos tranquiliza. “A rigor, não existe nenhum distúrbio definitivo por assistir 3D demais. O que existe é um mal-estar momentâneo, que vai levar a pessoa a se sentir indisposta e parar de assistir”, diz. O desconforto, em sua opinião, funcionaria como uma espécie de proteção contra danos. “Não acredito que alguém vá continuar insistindo em algo que cause náuseas e dores de cabeça. A pessoa vai se sentir mal e parar de assistir 3D. O próprio mal-estar acaba limitando as conseqüências”.
Paranhos cita outras três situações em que o mal estar pode ocorrer e alguns passos que você deve seguir antes de se preocupar.
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