Redes sociais são chave para reencontrar familiares no Chile

Os nomes das pessoas desaparecidas depois do devastador terremoto que golpeou o Chile no fim de semana circulam pelas mensagens no Facebook e postagens no Twitter.

Qualquer dado sobre eles é vital para seus familiares.

Cinco dias depois do intenso terremoto e os tsunamis que golpearam as zonas central e sul do Chile, os familiares de desaparecidos — cuja quantidade ainda não foi confirmada — continuam querendo saber o que aconteceu com eles.

Depois do terremoto, as linhas telefônicas foram cortadas e ainda hoje é quase impossível se comunicar com a zona do epicentro. Por isso, as redes sociais se converteram em um meio chave para a comunicação tanto dentro como fora do Chile.

“O terremoto nos encontrou em plena estrada e ficamos presos entre duas pontes quebradas… Recentemente no domingo de noite pudemos nos conectar à Internet e colocar uma mensagem no Facebook”, disse Nathalia Kubota, de 30 anos, que voltava de férias com seu parceiro e filho.

“Tenho família no Japão e recebi um monte de mensagens”, acrescentou de Temuco, enquanto esperava passagens para voltar a Santiago.

Outra jovem que recorreu à Internet depois do terremoto foi Lorena Valderrama, que organizou uma busca por sua irmã através da Internet da Espanha, onde vive atualmente.

Sua irmã, de 18 anos, estuda em Concepción, uma das cidades mais devastadas pelo tremor de magnitude 8,8, e neste fim de semana havia ido para uma praia próxima, na zona costeira que foi arrasada pelos tsunamis.

Ninguém na sua família sabia onde estava nesse momento.

Mas a busca através do Twitter, graças a centenas de contatos no Facebook, a publicação de uma foto no Flickr e registros de todas as pistas no Google Docs puderam localizá-la mais de 48 horas depois.

“Como estou no Chile, a única forma que eu poderia ajudar era através das redes sociais”, disse a jovem.

A VOZ DAS RÁDIOS LOCAIS

Também nas rádios locais, as vozes dos filhos, pais e irmãos que viviam na zona afetadas pelas gigantescas ondas de até 15 metros pedem informações e deixam telefones a fim de se reencontrarem.

“Se alguém souber (de minha mãe e irmã) que me liguem… se souber algo delas saberei de meu sobrinho também”, disse María Montoya Silva em uma mensagem retransmitida pela rádio Cooperativa.

A mulher busca seus familiares em Coronel, local próximo ao epicentro do terremoto.

Os canais de televisão também mostram constantemente os nomes de desaparecidos durante as notícias na parte baixa da tela.

No Facebook, grupos foram criados para oferecer assitência às zonas devastadas, dando informações sobre o terremoto e também para saber como ajudar do exterior. Há também grupos de cidades afetadas que dão informações sobre a zona, seus habitantes, e coordenam maneiras de oferecer assitência.

Na rede social Twitter, as mensagens que buscam ou dão informações sobre pessoas são publicadas continuamente pelos usuários.

“Não sei se são o único meio mas sem dúvidas… tem sido um pilar fundamental para que se tenha encontrado muita gente”, disse Valderrama, que depois de encontrar sua irmã segue ajudando nas buscas.

One Response

  1. rosalina de paula 30 de março, 2014

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