Perez Hilton – O blogueiro mais odiado de Hollywood

Normalmente ele não sonha, então provavelmente não está sonhando agora, mas, se estivesse, provavelmente seria com Britney.

Ninguém é mais importante para o sucesso de Hilton do que Britney. Ela fornece ração infinita para ele.

Na verdade, podemos dizer que, sem Britney, não há Perez.

Ele tem uma fantasia com ela. Nela, Britney ganha muito dinheiro para apresentar um evento em uma grande casa noturna lotada.

A imprensa toda está lá. Britney está consumindo muitas drogas. Ela desmaia. Uma ambulância a leva para o hospital. Durante as duas próximas semanas, ela está em coma. Do lado de fora do hospital acontecem “vigílias, rodas de oração e aquelas coisas todas”.

Finalmente, ela desperta do coma e se compromete a melhorar sua vida. O motivo da fantasia é que, durante aquelas duas semanas com Britney em coma, a idéia que Hilton tem sobre o paraíso se materializa: “Oh, meu Deus, uma história tão genial. Adoro”.

Se você fosse uma celebridade como Britney, e se Perez Hilton não gostasse de você, você também não gostaria dele. Tara Reid e Nicole Richie já bateram boca com ele. O jardineiro de Desperate Housewives, Jesse Metcalfe, encontrou Hilton em uma casa noturna e disse:

“Você tem idéia de quantas vezes eu já sonhei em te matar?”. Na maioria das vezes, ele não liga: “Se você não gosta do que escrevo, não leia. É simples assim”.

Uma boa parte da comunidade gay também não gosta dele, principalmente por publicar artigos decidindo quem precisa sair do armário.

Ele fez isso com Lance Bass (do NSYNC) e com o ator Neil Patrick Harris. Já fez isso com outros também. Pessoalmente, ele não consegue entender a razão do burburinho. “Por que está tudo bem quando a mídia fala sobre o relacionamento secreto de Drew Barrymore e Justin Long, e não está tudo bem quando eu falo sobre relacionamentos secretos gays? Não entendo.”

O avião entra numa área de turbulência e começa a sacudir. Os comissários são orientados a tomarem seus assentos. Algumas pessoas parecem pálidas. Hilton também está pálido e pastoso, mas essa é a aparência de sempre. Ele ainda está dormindo, sem se incomodar com a comoção em volta. Se estivesse acordado, porém, diria que aquilo era divertido. Mesmo se o avião estivesse caindo, ele provavelmente diria a mesma coisa. Ele é assim.

Esse é o homem que ele se tornou. Na cabeça dele tudo é divertido, e se você não gostar, osso duro, vá pegar outro avião. Ah, você não pode? Bem, isso é problema seu, não dele.

No hotel Wynn, Perez Hilton vai para o quarto e permanece lá pelas próximas vinte e cinco horas e meia seguintes. Uma vez vestindo o short e a camiseta, ele não se troca de novo até a noite seguinte. Ele escreve no blog por um tempo, depois pede o jantar: uma tábua de frios italianos cheia de carnes e queijos, uma quesadilla de camarão, um prato de capeleti, purê de batatas, uma Coca-Cola e um pudim de caramelo para sobremesa.

Enquanto devora, diz: “Não gosto de ser um boi gordo, mas tudo bem, porque eu amo comer e qualquer coisa que eu adore, eu gosto de fazer bastante. O que eu não entendo é por que não cuido melhor do meu corpo. A uma certa altura, vou ter que criar um compromisso comigo mesmo”.

Ele levanta e circula pelo quarto. É enorme, com janelas que vão do chão até o teto e que têm uma vista ampla das luzes românticas de Las Vegas.

“Preciso fazer xixi”, ele fala.

Na volta, senta no sofá e diz: “Não me importo se não tenho namorado no momento. Não sou uma dessas pessoas que sentem que precisam de outra para se sentirem completas. Ao mesmo tempo, digo coisas negativas a mim mesmo, como ‘Você é gordo e não merece ser amado’. Um dos motivos pelos quais não quero um relacionamento agora é por não querer ficar nu com alguém, porque me sinto muito gordo e nem um pouco sexy”.
Suspira. Do jeito que está falando agora, parece ser o Mario, não Perez.

“Não me masturbo tanto assim, também”, continua. “Faço pelo menos uma vez por semana. Mas eu precisava fazer mais. Não é das piores coisas. Sei lá.”

Então ele volta a ser Perez e, como Perez, fala que não irá contar o que são os pontos brancos que ele tanto gosta de desenhar no site. Algumas pessoas acham que é esperma, ou meleca, ou xixi. “Os pontos são o que você quiser que sejam”, declara. “Eu os chamo de amor. Amor é como eu os chamo.” E fica silencioso por um momento, pensando. “Quer saber? E daí se algumas pessoas odeiam Perez? Eu não ligo. Durmo muito bem à noite. Veja bem, sou um personagem. Perez é quem acaba com as pessoas. No começo, eu achava muito cafona sair por aí e me chamar de Perez. Agora, eu vesti a camisa. Perez me trouxe uma oportunidade”, conta. “Perez melhorou minha vida.”

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