Novo boleto eletrônico DDA – Débito Direto Automático – liberado

Em menos de dois meses entra em operação no País o projeto Débito Direto Automático (DDA), que permitirá a clientes bancários receber, digitalmente, títulos de pagamento, como mensalidades escolares, boletos de condomínio e de financiamentos, por exemplo.
O projeto envolveu investimentos de 20 milhões de reais apenas por parte da Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP), instituição responsável pela liquidação, processamento e compensação de transferências interbancárias, além de recursos aplicados pelos bancos na adequação de seus sistemas.
Segundo o superintendente da CIP, Joaquim Kawakama, é difícil estimar o montante destinado pelos bancos ao projeto DDA, devido às particularidades da arquitetura de cada banco. “Em alguns casos, a intervenção foi simples. Outras instituições já aproveitaram para fazer uma reengenharia de seus sistemas”, diz.
O coordenador de comunicação do DDA na Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Leonardo Ribeiro, classifica o projeto como de grande porte porque os bancos tiveram de trabalhar no sistema de mensageria com a CIP e também no desenvolvimento da oferta DDA em diversos canais eletrônicos.
Pelo menos nos grandes bancos de rede, o DDA deve estar disponível em telefone, ATM, celular e internet. No entanto, caberá a cada instituição financeira decidir em qual – ou quais – canais eletrônicos o DDA estará disponível.
O sistema da CIP será o coração do funcionamento do DDA porque vai centralizar as informações sobre a base de clientes cadastrada no programa, além de enviar esses dados para os bancos. Em 2008 o setor bancário processou cerca de 2 bilhões de boletos e, anualmente, esse volume cresce a uma taxa de 12%. A meta do projeto é que, nos próximos três anos, 50% do volume de boletos emitidos seja migrado para a versão eletrônica.
O contrato para a implantação do sistema e operação do data center foi fechado com a Tivit e soma 77 milhões de reais por oito anos de acordo. Ele inclui a aquisição da infraestrutura necessária para o projeto, licenças de software e um plano de contingência com replicação de dados no site principal, além da existência de um site secundário, localizado no Rio de Janeiro.
O documento foi assinado em 10 de outubro de 2008 e o desenvolvimento do sistema ocorreu entre novembro do ano passado e maio de 2009. Em junho, começou o processo de homologação do DDA junto aos bancos, envolvendo testes do sistema da CIP e de adequação dos sistemas das instituições financeiras.
“Tivemos muitas correções e a gente vem interagindo fortemente com todos os bancos, como em qualquer processo de integração de grandes sistemas, com vários números de participantes de bancos e um nó de processamento central”, afirma Kawakama.
Leonardo Ribeiro acredita que, inicialmente, a maior adesão ao projeto será por parte do mercado corporativo – devido ao alto volume de boletos com o qual as empresas têm de lidar diariamente. Entre as pessoas físicas, a adesão deve ser maior por parte daqueles que já usam algum tipo de canal eletrônico dos bancos.
Mas o coordenador acredita que o DDA poderá funcionar como novo argumento para atrair quem ainda não utiliza essas ferramentas. Os bancos estão realizando um pré-cadastramento dos clientes interessados em aderir ao projeto.

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