Mac OS X Lion: bugs visíveis, problemas incompreensíveis

De certo modo, performance melhor sem precisar comprar outro computador até paga a atualização para o Lion, independente das novidades. Mas, se você usa muitos aplicativos de terceiros, não se apresse. Os desenvolvedores vão precisar atualizar cada programa externo para se adequar ao novo convívio do Lion. A começar pelo Office e pelos browsers alternativos, como Firefox e Chrome.

No caso do Chrome, o Google já avisou que vai “demorar um pouco”. A Microsoft, até agora, não se pronunciou em relação ao Office.

Outro susto: se você depende do Address Book como agenda de endereços ou anotações, reze por paciência. A exemplo do Finder, a Apple piorou uma ferramenta que já não era grande coisa, mas funcionava perfeitamente.

Não adianta explicar muito se você não usa com frequência (tenho 4.890 fichas no meu Address Book do Mac), mas vou tentar resumir.

A agenda de endereços “ganhou” um visual similar a um caderno, uma viagem psicodélica-retrô da Apple que lembra o Lotus Organizer em 1995.

Como se não bastasse, é um caderno de tamanho fixo: você não pode mais aumentar a janela para o tamanho desejado, agora há um limite. E depois de virar a página no endereço clicado, vai ter que usar um clique a mais para voltar ao início. Complicou uma ferramenta, até então, simples e funcional.

Quer infartar mesmo? Essa agenda de endereços do Lion continua sem diferenciar acentos na busca. Ou seja, com minhas quase 5 mil fichas cadastradas, se eu procuro alguém do “Pará”, o Lion vai me retornar centenas de resultados: ele não diferencia “Pará” de “para” na hora de fazer a busca em tempo real. Bug tão ridículo que me faz questionar de onde vem o ácido desses programadores que não consertaram isso no Lion.

O Launchpad, um dos truques para transformar o Mac em iPad do Gargamel, é um conceito interessante, porém, de uso complicado. Se você tiver paciência de passar duas horas organizando o Launchpad de acordo com a sua demanda de aplicativos mais usados, talvez (um dia) ele se torne útil. Porque sozinho o Launchpad não vai organizar nada e vai poluir com páginas e mais páginas de atalhos e ícones que você nunca vai usar.

O Launchpad funciona bem em tablets, no iPhone de Itu. Para um computador com dezenas de aplicativos, vira uma confusão.

Particularmente, continuo usando a aba de “Aplicativos” e, mais ainda, os atalhos de teclado. Não tem como ser mais simples do que isso. Fica ao gosto do freguês.

Outro truque pró-Gargamel é o Mission Control. Quando me perguntam a utilidade, não sei responder. É praticamente a mesma coisa que existe hoje com o Spaces e Exposé, apenas com o adicional de separar os aplicativos abertos de um lado e os aplicativos em tela cheia com destaque na parte superior da tela. Você vai usar isso tanto quanto usava o Spaces. Para fazer basicamente a mesma coisa de um jeito mais estiloso.

A inversão do scroll do mouse (mudou o sentido, de baixo para cima e de cima para baixo) pode ser desativada sem maiores problemas nas preferências do sistema. Tem muito guru falando que leva pouco tempo para se habituar com a “novidade”. Com o touchpad, talvez haja alguma verdade nisso. Quem usa mouse externo (ex.: Magic Mouse), vai se complicar um bocado.

Os novos “gestos” (gestures) do touchpad podem ser bacanas, isto é, caso você encontre alguma utilidade que já não tinha antes no Snow Leopard. No uso diário, vale muito a pena (e realmente fica mais rápido) se você usa o Safari e outros aplicativos em tela cheia, pois agora pode-se avançar ou recuar uma página instantâneamente usando dois dedos. Se novas versões de Chrome, Firefox e Opera resolverem adotar o recurso, será outro ponto positivo para o novo gesto no touchpad.

Por falar em mouse e touchpad, a maior mancada do Lion é limitar o gosto do usuário: ou você configura o botão direito para ser acionado com dois dedos ou configura para o canto inferior direito (ou esquerdo) do touchpad. A diferença é que, no Snow Leopard, ele aceita os dois modos de entrada: dois dedos ou canto inferior do touchpad. Com o Lion, usar os dois dedos anula a opção de usar o canto inferior do touchpad. Não tem sentido algum, zero mesmo.

Novesfora toda essa rabugice, o Lion tem um precinho camarada e você pode instalar em vários Macs. Mas está muito longe de ser uma atualização necessária, por enquanto.

Veja que ironia: com o Lion, a maioria das empresas precisará adotar a mesma segurança secular com os lançamentos da Microsoft. Ou seja, não fazer a migração até que saia a primeira grande atualização (Service Pack, no caso do Windows) do sistema operacional.

O Lion oferece recursos poderosos e um visual bacana, como vimos no review. Mas, hoje, deveria se chamar apenas Mac iOS e ser uma interface permutável do atual Snow Leopard, um componente adicional. Nada mais do que isso.

Paulo RebêloPaulo Rebêlo é editor adjunto do Webinsider, editor executivo da AF2 Comunicação e cronista bissexto na Hipopocaranga.

19 Comments

  1. Gustavo Luyz 29 de julho, 2011
  2. Mateus 1 de agosto, 2011
  3. Joao paulo 2 de agosto, 2011
  4. luis 3 de agosto, 2011
  5. Eduarrrdo 3 de agosto, 2011
  6. Pablo 6 de agosto, 2011
  7. Gabriel 8 de agosto, 2011
  8. Victor Maia 15 de agosto, 2011
    • Joao 15 de agosto, 2011
  9. Joao 15 de agosto, 2011
    • Joao 15 de agosto, 2011
  10. Paulo Cesar 26 de agosto, 2011
  11. Victor 30 de agosto, 2011
    • Marcelo Mazza 9 de agosto, 2012
  12. Joao Luis 8 de setembro, 2011
    • Marcelo Mazza 9 de agosto, 2012
  13. Shay 28 de outubro, 2011
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  15. João Marcelo 31 de agosto, 2012

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