Gargalo na produção de projetores 3D pode atrapalhar cinemas

Por Ben Deighton e Kiyoshi Takenaka TÓQUIO/BRUXELAS (Reuters) – Filmes em 3 D como Avatar, de James Cameron, abriram um novo capítulo para o setor de projetores cinematográficos, mas um final feliz dependerá da capacidade das empresas para produzi-los com a rapidez requerida. “O desafio não estará no número de unidades vendidas, mas no número de unidades produzidas”, disse Eric Van Zelle, presidente-executivo da Barco, uma fabricante belga de projetores digitais.

Cerca de 85 por cento das telas mundiais de cinema ainda não estão equipadas com projetores digitais.

A Dodona, uma companhia britânica de pesquisa cinematográfica, estima que existam 115 mil telas de cinema nos 57 países que ela acompanha em todo o mundo. As estimativas quanto ao número de telas equipadas com projetores digitais em 2009 variavam de 13 mil a 17 mil.

A Barco acredita que possa faturar 150 milhões de euros (230,6 milhões de dólares) com o cinema digital em 2010.

No entanto, as companhias podem ter de adiar seus planos de crescimento a não ser que consigam eliminar os gargalos de suprimento causados por fornecedores de componentes. As empresas pequenas e de capital fechado que produzem placas de circuito, dispositivos óticos e chips especializados vêm enfrentando dificuldades para atender à demanda recente do segmento de cinema digital.

No quarto trimestre de 2009, a Barco realizou embarques de projetores no valor de 36 milhões de euros, mas poderia ter aumentado sua receita em 40 por cento. “Poderíamos facilmente ter embarcado entre 10 milhões e 15 milhões de euros adicionais caso dispuséssemos de componentes suficientes”, disse um porta-voz do grupo.

Arnaud Gossens, analista do ING, afirmou que “no quarto trimestre de 2009, o seu melhor em termos de vendas e entregas, estimo que a Barco tenha embarcado cerca de mil projetores, e isso reflete de bem perto sua capacidade máxima.”

“Se multiplicarmos isso por quatro, temos pouco mais de quatro mil, de modo que cinco mil ao ano seria o limite máximo,” ele diz.

Mesmo assim, a Barco anunciou no mês passado que 2009 foi seu melhor ano em termos de cinema digital, com alta de mais de 100 por cento nas vendas de projetores, e acrescentou que planejava expandir sua linha em 2010.

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