Alberto Ferreira, presidente da SAP – Do céu ao inferno em 10 dias

por Murilo Ohl – VOCÊ SA

Um problema de saúde na família levou Alberto Ferreira, presidente da SAP, a rever 20 anos de planejamento de carreira.
No dia 1º de agosto de 2007, Alberto Ferreira, de 43 anos, assumiu em São Paulo a presidência da unidade brasileira da SAP, terceira maior empresa de software do mundo.
A chegada ao comando da empresa alemã era a coroação de um meticuloso planejamento de carreira, iniciado 20 anos antes, quando Alberto era um engenheiro recém-formado e trabalhava na Jonhson & Johnson na área de informática.
Na época, seu livro de cabeceira era a autobiografia de Lee Iacocca, ex-presidente da Chrysler, um dos maiores best-sellers de todos os tempos entre as publicações para executivos. Alberto escreveu na contracapa do livro um roteiro com os postos que pretendia ocupar.

A meta era me tornar presidente de uma grande empresa até 2009. 


Alberto Ferreira: presidente da SAP

Alberto Ferreira: trabalhando no limite entre a carreira e a vida familiar


Todos os anos, Alberto revisava o plano. Com o auxílio do planejamento, especializou-se em marketing e finanças. Conseguiu construir uma bela carreira executiva. Ocupou a vice-presidência das operadoras de telefonia Intelig e Vivo. Depois, optou pelo posto de CEO da Carlson Wagonlit Travel, agência de viagens do grupo Accor, pelo desafio de promover uma reestruturação. Em paralelo, exerceu o empreendedorismo ao criar a marca de cervejas Baden Baden, que vendeu no ano passado para a Schincariol.
Ao fechar com a SAP, Alberto lembrou do plano de carreira. Conquistei muita coisa na profissão e na vida por causa desse plano aqui, diz ele, apontando para o livro remendado com fita adesiva. Só que não houve tempo para comemorações.
Na manhã de 10 de agosto, seu décimo dia de SAP, enquanto Alberto dirigia seu carro rumo ao escritório da empresa, sua mulher, a relações-públicas Renata Monte Alegre, de 38 anos, sofreu em casa, no colo do filho, de 9 anos, um acidente vascular cerebral. Numa escala crescente de gravidade que vai de 1 a 5, o nível do derrame de Renata foi 4. Com a mulher encaminhada para a UTI do Hospital São Luiz, onde ficaria por um mês em coma induzido, Alberto voltou a atenção para o filho. Acalmou o garoto e convenceu-o a ir para a escola.

Papai vai te buscar na hora do almoço e te contar tudo o que está acontecendo, disse ele na hora. 

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